O sono exerce fundamental importância para o funcionamento adequado do organismo humano, sendo responsável pela manutenção de um equilíbrio físico e psicológico.
Dormir bem promove bem-estar físico, emocional, e proporciona outros benefícios como:
- Consolidação de memória,
- Melhora da concentração,
- Fortalecimento do sistema imunológico,
- Liberação de hormônios essenciais para o crescimento,
- Indução de sono,
- Saciedade,
- Aumento da disposição para todas as atividades diárias.
Uma constatação da relevância do sono é a de que, segundo cientistas, podemos passar mais tempo sem comer do que sem dormir e sabe-se também que uma perda total de sono conduz à morte.
Portanto, o sono é fundamental para sobrevivência.
O que as noites mal dormidas podem causar?
Pessoas que não conseguem ter o sono reparador, iniciam por vezes esse processo a partir de noites mal dormidas, adquirem maus hábitos quando vão dormir, e nem percebem o quanto esse sono insuficiente é prejudicial à saúde.
Um hábito muito frequente de grande parte da população é a realização de atividades na cama. O uso de eletrônicos, assistir à programas de Tv, trabalhar, estudar e programar o dia seguinte, são algumas tarefas feitas na cama e que são extremamente prejudiciais às suas noites de sono.
Pesquisadores revelam que noites mal dormidas geram consequências adversas e podem provocar na vida das pessoas um aumento da propensão a distúrbios psiquiátricos, déficits cognitivos, surgimento e agravamento de problemas de saúde, riscos de acidentes de tráfego, abstencionismo no trabalho, enfim… diminuição em todo o seu funcionamento diário e total comprometimento da qualidade de vida.
A insônia e suas consequências
A insônia, alteração mais prevalentes entre todos os transtornos de sono, independentemente de sua etiologia, está associada a uma gama de sintomas adversos como distúrbios físicos, mentais e emocionais, acarretando:
- Alterações de humor,
- Ansiedade,
- Irritabilidade,
- Dificuldade de concentração,
- Memorização e tomadas de decisões.
É uma comorbidade comum de muitas condições médicas, incluindo diabetes, doença cardíaca coronariana, doença pulmonar obstrutiva crônica, artrite, fibromialgia e outras condições de dor crônica. Aparentemente, a relação de risco da insônia e de condições médicas é bidirecional: a insônia aumenta o risco dessas condições médicas, e os problemas médicos aumentam o risco de insônia.
Nem sempre a direção da relação é clara, podendo alterar-se ao longo do tempo; por essa razão, insônia comórbida é a terminologia preferida na presença da insônia com outra condição médica (ou transtorno mental).
Indivíduos com insônia podem usar incorretamente medicamentos ou álcool para ajudar o sono noturno, ansiolíticos para combater a tensão ou a ansiedade, e cafeína ou outros estimulantes para combater fadiga excessiva. Em alguns casos, além de agravar a insônia, o uso desse tipo de substâncias poderá evoluir para um transtorno relacionado ao uso de substâncias.
A Depressão enquanto transtorno do humor tem reflexo direto no sono.
A ausência de remissão dos sintomas da insônia associa-se ao maior risco de recaídas, recorrência e episódios depressivos crônicos e períodos mais curtos entre os episódios, permanecendo o comprometimento funcional. Pois a ocorrência dessa comorbidade acarreta sérios danos à qualidade de vida.
E como a psicologia pode auxiliar na melhora sono?
Estudos revelam que a população mais acometida por alterações de sono são as mulheres, principalmente após a menopausa.
Outros contingentes também têm propensões à transtornos de sono, como idosos, pacientes com doenças médicas e/ou psiquiátricas, trabalhadores em turno, desempregados e pessoas com baixa renda econômica e pouca escolaridade.
É importante ressaltar, no entanto, que as alterações de sono podem ser combatidas, existindo para tanto diversos instrumentos terapêuticos, parte dos quais privativa da atuação do psicólogo.
As intervenções psicológicas no tratamento das alterações de sono especificamente na insônia, são estabelecidas por planos sequenciais de ações, e para isso existem diversos modelos conceituais de intervenção para a compreensão do desenvolvimento e manutenção da má qualidade de sono.
O levantamento da história do sono e da identificação do padrão do sono do paciente na atualidade são fatores importantes como parte da investigação, que deve contemplar também os aspectos predisponentes, precipitadores e perpetuadores das alterações de sono.
Nessa perspectiva de investigação, o psicólogo deve solicitar ao paciente que recorde retrospectivamente seu sono antes de se tornar um problema e quando percebeu que este se transformou em transtorno. Na continuidade, o paciente deve descrever detalhadamente a queixa, especificando se a mesma ocorre com que frequência e a variabilidade dessa queixa por noite.
Toda essa investigação tem abrangência necessária para detectar uma rigorosa apreciação dos hábitos de sono e das crenças e a percepção sobre o sono, para estabelecer estratégias a fim de enfrentar as dificuldades com o sono. Tudo isso é decisivo para o diagnóstico.
Os psicólogos do sono dispõem de estratégias comportamentais reconhecidas e consolidadas no tratamento, como a Terapia Cognitivo Comportamental, com várias aplicações para os transtornos do sono. Podem ser utilizados como procedimentos o controle de estímulos, cuja função é verificar as condições do ambiente de sono e a partir disso juntamente com a higiene do sono, causar mudança de hábitos e reorganização do ambiente e de horários na momento de dormir; há também a restrição de sono, que é a redução do tempo de permanência na cama, visando a consolidação do sono; o relaxamento, tem por objetivo promover o alívio e diminuição da ansiedade que muitas vezes acompanha o momento de dormir; por meio de técnicas de respiração ou mindfulness; e por fim, a reestruturação cognitiva, que visa a reavaliação de crenças e pensamentos distorcidos sobre o sono, aprendidos e perpetuados ao longo da vida.
A intenção desse tratamento é reverter significativamente os transtornos para a adequação do paciente às funções primordiais do sono: manutenção, reparação e restauração.
Agora que você já sabe a importância do sono para a saúde física e mental, bem como o papel do psicólogo, na prevenção, promoção e restauração das alterações ou distúrbios de sono, pode refletir a possibilidade de buscar ajuda para melhorar a qualidade do seu sono consequentemente melhorando sua qualidade de vida.
Se ainda houver dúvidas e precise de mais informações, marque um horário comigo. Espero poder te ajudar, colaborando para sua autonomia e confiança em dormir melhor!
Danielle Maria da Costa
Psicóloga Clínica – CRP 03/16198
- Graduada pela Faculdade de Tecnologia e Ciências – Itabuna
- Especialista em Psicologia do Sono pelo Núcleo Interdisciplinar de Ciência do Sono – NICs – SP
- Pós-Graduada em Terapia Cognitivo Comportamental pela Unigrad – Vitória da Conquista
Instagram: @danisonopsi
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E-mail: daniellemariadacosta@gmail.com
Referências Bibliográficas:
COSTA, Danielle Maria da. Cama e Sono de má qualidade: Existe alguma relação?. Revista Realidade, Itabuna, n.20, p.40, ago./nov. 2019.
MÜLLER, M. R; GUIMARÃES, S. S. Impacto dos transtornos do sono sobre o funcionamento diário e a qualidade de vida. Revista Estudos de Psicologia, Campinas, v.4, n.24, p. 519-528, dez. 2007.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE SONO. I Consenso Brasileiro de Insônia. Hypnos – Journal of Clinical and Experimental Sleep Research n.4, 2003.
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